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domingo, 30 de outubro de 2011


Eu não cresci, continuo sendo a mesma criança boba de sempre. Mas eu mudei. Mudei meu ponto de vista sobre certas pessoas. Mudei meu modo de falar e agir. Mudei o meu gosto musical. Mudei minhas roupas. Mudei minhas atitudes. Quando olho pra mim, ainda enxergo uma garotinha que achava que príncipes encantados, finais felizes e contos de fadas existiam. Eu me via querendo evoluir e deixar para trás todos os problemas. Ainda me vejo acordando cedo para ver o meu programa preferido. Me vejo brincando com minhas bonecas e inventando meu próprio jeito de ser feliz. Vejo minha mãe me dando um beijo de boa noite e arrumando o cobertor para que eu não passasse frio. Me vejo brincando com aquele ursinho de pelúcia velho, que antigamente era o meu melhor amigo e hoje nem está comigo mais. Me vejo sendo colocada no berço enquanto percebia o sorriso do meu pai. Eu olho para o meu passado e percebo que tudo mudou. Hoje me tornei aquela garota fria que sempre acorda de mal humor, mandando todos se foderem. Meu vocabulário é infestado de palavrões. Hoje sou a garota que ouve rock no volume máximo, usa all star e moletom. Que não vai com a cara daquelas vadias que agem como se o mundo estivesse desabando quando quebram uma unha. Sou a garota que só fala merda, gosta de preto e pratica esportes. Mas algo ainda falta para mim, acredite. Eu não consigo ficar bem comigo mesma. Me olho no espelho e não reconheço direito o que reflete nele. Eu não sou bonita, não mesmo. Isso não é drama, nem carência por elogios. Sempre tem algo que me incomoda. “Mas o que importa é o coração.” Quer saber? Isso se tornou uma espécie de viadagem para mim. Ninguém nunca repara apenas nessas coisas. Parte desse ódio por mim mesma nasceu da busca das pessoas pela perfeição. Eles olham para mim e agem como se eu fosse de outro planeta. Porra, eu sou humana. Eu erro, choro, grito, tenho meus momentos idiotas e depressivos, mas nem por isso quer dizer que sou um monstro. Foda é que não é só fisicamente. Eu não gosto de nada que existe dentro da minha pessoa. Não exijo que ninguém me aguente ou valorize. Nem eu dou conta de fazer isso. Mas cansa, caralho. Todos os dias é a mesma pergunta: “Como você está?” - Bem, estou com vontade de mandar todo mundo ir se foder. Sempre acho um lugar para ficar sozinha e poder chorar em paz. Eu choro para jogar tudo embora de uma vez. E cada lágrima derramada é como se fosse uma grande parte da minha dor. Agora eu achei a resposta: sim, eu acabei mudando, crescendo, amadurecendo. Mas tenho certeza de que tudo era melhor quando eu não me importava com nada.

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